Atividade de Reflexão Crítica Sobre a Formação dos Professores

SAVIANI, Demerval. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Universidade Estadual de Campinas: Revista Brasileira de Educação, v. 14, n° 40, Jan./Abr. 2009.

RESUMO DO ARTIGO

Por:

Jorge Schemes

O artigo de SAVIANI (2009) sob o título: “Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro”, faz uma abordagem histórica do processo de formação de docentes no Brasil desde o século XIX, incluindo observações desse processo já no século XI. Interessante notar que além da escrita de si mesmo nesse processo formal de formação docente, o artigo apresenta em cada período histórico uma abordagem pedagógica, didática, metodológica e teórica diferente, o que nos leva a deduzir que a formação de professores se dá de acordo com os diferentes tempos históricos nos quais a educação formal estava sendo inserida no Brasil. Logicamente, dentro desses diferentes contextos, o artigo apresenta dois modelos contrapostos de formação de professores, ou seja, segundo SAVIANI (2009): “o modelo dos conteúdos culturais-cognitivos, o qual se esgota no domínio de conteúdos específicos e o modelo pedagógico-didático, o qual se efetiva com o preparo pedagógico e didático do professor”. São esses dois modelos que nortearão a formação docente nas Instituições de Ensino Brasileiras de forma explícita desde após a independência do país.

O artigo analisa o surgimento de propostas para a formação docente de maneira intencional desde Comenius, passando necessariamente pelo surgimento das escolas normais superiores em países como França, Itália, Alemanha, Inglaterra e Estados unidos da América. No Brasil esse processo se deu em diferentes períodos, SAVIANI (2009) menciona pelo menos seis fases desde 1827 até 2006, iniciando com as Escolas de Primeiras Letras e passando pelos seguintes períodos: Escolas Normais; Institutos de Educação; Cursos de Pedagogia e de Licenciatura; Habilitação Específica do Magistério; Institutos Superiores de Educação; Escolas Normais Superiores e Cursos de Pedagogia.

No período das Escolas de Primeiras Letras, ou Ensaios intermitentes de Formação de professores, SAVIANI (2009) destaca que “desde o período colonial até 1827 não havia preocupação explícita com a formação de professores”. Foi com a Lei das Escolas de primeiras Letras em 15 de Outubro de 1827 que surgiu o propósito de se preocupar com a formação docente. No período das Escolas Normais como padrão, houve a preocupação de preparar professores com cabedal científico com um programa de estudos e de prática pedagógica pré definidos. No período dos Institutos de Educação houve preocupação com a pesquisa e uma formação curricular que envolvia várias disciplinas, além do ensino. O que deu a esse período uma característica de formação docente mais didática e pedagógica. No período dos Cursos de Pedagogia e de Licenciatura, o currículo foi centrado nos conteúdos culturais e cognitivos e o aspecto didático e pedagógico ainda não se tornou um modelo na formação docente, mas foi incorporado nos conteúdos culturais. No período da Habilitação Específica do Magistério, o regime militar substituiu as escolas normais pela habilitação de 2° Grau ou habilitação específica para o magistério, sendo que a própria Pedagogia foi expandida para além da formação de docentes, incluindo a formação também dos especialistas. No período dos Institutos Superiores de Educação, Escolas Normais Superiores e Cursos de Pedagogia, o princípio predominante na formação dos professores ainda era aprender fazendo. Nesse período houve a criação de Escolas Normais de nível médio para a formação de professores primários enquanto o nível superior formava professores para o nível secundário. Foi nesse contexto histórico que dois modelos de formação se destacaram: o modelo dos conteúdos culturais-cognitivos, o qual se esgota no domínio de conteúdos específicos e predominou nas Universidades e instituições de Ensino Superior, e o modelo pedagógico-didático, o qual se efetiva com o preparo pedagógico e didático do professor e predominou na formação docente das escolas normais para professores primários.

SAVIANI (2009) ainda destaca as possibilidades e riscos da formação de professores para a educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental em nível superior. O autor alega que o que predomina ainda no Brasil é uma dualidade artificial entre bacharelado e licenciatura, e que consagrou-se um modelo de formação de novos docentes que atribui às faculdades específicas a tarefa de ensinar os conteúdos específicos de cada área do conhecimento, enquanto o preparo pedagógico e didático fica sob a responsabilidade das Faculdades de Educação. Diante do exposto surgem os dilemas da formação docente, dentre os quais destaca-se a situação embaraçosa entre os dois modelos de formação, ou seja, o modelo centrado nos conteúdos culturais e cognitivos e o modelo regido pelo aspecto pedagógico e didático. O dilema se traduz na seguinte pergunta: “Como integrar e articular esses dois modelos adequadamente na formação de professores”? Em seguida o autor apresenta possível alternativa de superação do dilema, ou seja, a utilização de livros didáticos e a organização de grupos de pesquisa e ensino nas diferentes disciplinas dos currículos escolares, objetivando novos projetos de ensino pelos docentes para configurar as novas licenciaturas. O autor faz menção à Educação Especial, no que diz respeito à formação de professores, a qual ainda está em aberto e carece de um projeto específico de formação docente, sendo apenas referida no curso de pedagogia.

Para SAVIANI (2009) a formação de professores deve ser realizada no contexto das suas condições de atividade profissional, salário, jornada de trabalho e qualidade na educação, incluindo nesse aspecto não apenas o preparo acadêmico mas a infraestrutura das escolas. É imperativo uma política pública nacional que vise promover a educação como uma alavanca de desenvolvimento cultural, social e econômico.

ATIVIDADE:

O que você entendeu do artigo? Quais as ideias principais do artigo você destaca? Qual a sua opinião a respeito do artigo? Escolha duas palavras que melhor definam a situação da educação atualmente. O conteúdo do artigo foi difícil para você?

Penso que o artigo faz uma crítica histórica e cultural ao processo de formação docente no Brasil, revelando avanços e retrocessos. Entendi que o autor está expondo basicamente um problema predominante na formação de professores no Brasil, ou seja, o problema que envolve o dilema entre sua formação conteudista, cultural e cognitiva e sua formação pedagógica e didática. Basicamente equivale a dizer que nos diferentes períodos históricos da educação no Brasil a formação dos professores sempre deixou a desejar, e atualmente isso não é diferente. A proposta de superação é uma articulação entre conteúdo e forma no processo de formação docente, isso sem falar na Educação Especial que nem sequer tem uma proposta de formação específica. Destaco também a crítica feita pelo autor no que diz respeito a teoria e prática no processo de formação docente e a necessidade urgente de superação por meio de pesquisa, ensino e projeto de ensino por parte dos docentes. Enquanto a educação não for vista pelo povo brasileiro como um bem social; Enquanto a educação não for utilizada como uma alavanca para o desenvolvimento pessoal, cultural, social e econômico; Enquanto os Governos não fizerem da educação um projeto nacional por meio de políticas públicas consistentes que envolvam não apenas a formação docente, mas também a valorização profissional e a qualidade na educação, a contradição entre os discursos eloquentes sobre educação e a prática que nega tais discursos, o desafio de superação permanecerá. Sendo assim, diante do exposto, se tivéssemos que definir a situação da educação no Brasil atualmente em duas palavras elas seriam: Contradição e Desvalorização. Infelizmente. Gostei de ler e refletir sobre o artigo, acredito que a formação docente primeiramente se inicia pela escrita de si, ou seja, como professores trazemos uma bagagem que adquirimos desde o nosso primeiro contato com o mundo, com a educação não formal dada pelos nossos pais e familiares e depois pela educação formal por meio da escola como instituição de ensino. Desde o nosso primeiro contato com a escola iniciamos um processo de formação docente, ainda que inconsciente e não intencional, e hoje somos o que somos como resultado de nossas experiências, positivas e negativas, e do nosso processo de formação continuada por meio das Instituições de Ensino nas quais passamos. Isso nos diz que há um aspecto subjetivo na formação docente, o qual não foi abordado no artigo e faria bem em considerarmos e refletirmos. Lembrando que o processo de reflexão é permitir ao pensamento dar voltas sobre si mesmo e questionar até o óbvio.

Atividade Inicial Para Reflexão Sobre a Formação Docente - Portfólio I

 

FP105 – Portfólio I

Ponto de partida

INDICAçõES GERAiS:

O aluno deve elaborar este documento antes de iniciar as tutorias das disciplinas, e nele deve evidenciar e refletir sobre sua realidade atual em relação ao âmbito da Educação. O aluno não deve ter medo de equivocar-se na exposição de seus conhecimentos, tentando ser o mais sincero possível para que mais tarde possa realizar uma retrospectiva, retomando o ponto de partida, e avaliando/valorando por conta própria seu processo formativo. Deve refletir, especificamente, sobre os seguintes aspectos:

Experiências formativas e profissionais relacionadas à Educação

A reflexão do aluno deve abranger as experiências formativas e profissionais anteriores ao início do mestrado, relacionadas ao âmbito da Educação e consideradas realmente significativas, justificando.

Deve levantar as seguintes questões:

Quais experiências formativas e/ou profissionais foram especialmente relevantes?

Por que são consideradas relevantes?

O que acrescentaram à formação?

MUITO IMPORTANTE: Não se trata de enumerar simplesmente e compilar em uma lista todas as experiências formativas e/ou profissionais como em um currículo; o aluno deve fazer referência às experiências que considera especialmente significativas, elaborando um discurso estruturado e reflexivo, como se explica anteriormente.

Representações e crenças iniciais sobre a educação

O aluno deve refletir sobre as crenças e representações que possui em relação à Educação antes de iniciar o curso. Deve levantar aspectos como:

Como entendo atualmente a Educação?

Como concebo o processo de aprendizagem?

Qual a função acredita que devem desempenhar as TIC no campo educacional?

Quais as funções que acredita que devem desempenhar os professores e os alunos no processo de aprendizagem?

Necessidades de formação

Como o enunciado indica, o aluno deve recapitular suas necessidades de formação ao início do mestrado. Deve levantar as seguintes questões:

Neste momento inicial, que carências são possíveis identificar na formação e/ou na atuação como professor no campo da educação?

O que é possível observar a partir das experiências formativas e/ou profissionais prévias na área da educação?

Quais os desafios que se apresentam?

Expectativas de formação

Como o enunciado propõe, o aluno deve recapitular suas expectativas de formação em relação ao mestrado que será iniciado. Deve levantar as seguintes questões:

O que espero deste curso?

Que metas e objetivos foram estabelecidos para as diferentes etapas que compõem o programa?

Quais são os objetivos profissionais?

MUITO IMPORTANTE: As perguntas não devem aparecer no seu texto, elas são apenas para nortear a reflexão de vocês em cada um dos itens. Vocês podem realizar no formato de texto ou estruturar reflexão de vocês nos quatro tópicos principais.

Esta entrega é uma atividade de autorreflexiva, na qual a entrega não terá revisão e nem qualificação.

Este documento deve atender os seguintes requisitos formais:

              • Extensão: 6 páginas, no máximo (sem contar instruções e enunciados).

              • Tipo de letra: Arial.

              • Tamanho: 11 pontos.

              • Entrelinhas: 1,5.

              • Alinhamento: Justificado.

O trabalho deve ser realizado neste documento Word e deve-se seguir o procedimento oficial de entrega. Em nenhum caso deve ser enviado através do correio ao professor.

Lembrando que os trabalhos que não atendam as condições de identificação não serão corrigidos.

Nome completo: Jorge Nazareno Neto Schemes

Usuário: jorge schemes

Nome completo do(a) professor(a): Kathilça Souza

data: 30/06/2022

PONTO DE PARTIDA DO PORTFÓLIO



1. Quais experiências formativas e/ou profissionais foram especialmente relevantes para você até este momento?

Desde criança sempre gostei de estudar e de ir à escola. Cresci numa família humilde, fui criado e educado pela minha avó materna, a quem eu chamava carinhosamente de mãe. Ela sempre me dizia quando eu saia de casa para ir à escola: Meu filho, estude, porque pobre só vai para frente se estudar. Eu levei isso muito à sério desde que entrei na escola regular aos seis anos de idade., apesar de ter repetido de ano duas vezes, uma na primeira série primária e outra no primeiro ano do Ensino Médio. Estudei em escolas públicas municipais e estaduais até terminar o Ensino Médio. Vendi livros nas férias escolares desde os 16 anos de idade até os 22 anos de idade para pagar meus estudos em minha primeira formação. Lembro com saudades das minhas primeiras escolas em meu processo de educação formal, embora eu sempre tenha tido acesso a livros dentro de casa e na igreja na qual frequentava com minha avó materna quando eu era criança. Em casa eu via a minha avó lendo, e na Igreja Adventista do Sétimo Dia eu participava da escolinha sabatina para crianças aos sábados pela manhã,e lá sempre havia historinhas com ilustrações e alguns livros infantis. Todavia, quando iniciei meus estudos formais eu tinha a idade de seis anos, e foi na Escola municipal Ondina Neves Blayer em Lages, SC. Eu ia a pé para a escola de manhã, mesmo no inverno rigoroso daquela cidade, eu gostava de ir para a escola. Lembro do meu processo de alfabetização silábica por meio da Cartilha O Barquinho Amarelo. Na segunda série fui morar em Hortolândia, SP com minha mãe Miriam e meu padastro Carlos. Lá Estudei no Instituo Adventista de São Paulo (IASP), que tinha muitos livros e uma metodologia bem diferente das escolas públicas. Não deu muito certo por causa da saudade que sentia da minha avó materna Osvaldina que havia me criado até então. Não demorou muito e ella foi me buscar para morar em Lages, SC. Nesse processo eu perdi um ano de estudos, pois não havia mais vagas para a segunda série na Escola Municipal Ondina Neves Blayer, e então me matricularam na primeira série novamente. O bom disso foi o fato de que reforcei bastante o meu processo inicial de alfabetização, e a professora me colocou como seu ajudante para ensinar os colegas que ainda não sabiam escrever. Lá estudei até a quarta série primária, e quando fui para a quinta série na Escola Estadual Belisário Ramos eu estava ansioso, pois eu havia ouvido dizer que teríamos vários professores, um para cada disciplina, o que era algo totalmente novo para mim. Estudei nessa escola até terminar a oitava série. Iniciei o Ensino Médio no maior colégio Estadual da cidade e do Estado de Santa Catarina na época, o Colégio Vidal Ramos Júnior, em Lages, SC, era enorme. Lá estudei meu primeiro ano e repeti de ano, por causa de duas disciplinas: Inglês e Matemática. A culpa foi minha, não estudei e levei na brincadeira. Nunca esqueço de quando fui buscar minha caderneta escolar e havia um carimbo vermelho escrito REPROVADO. Naquele dia prometi para mim mesmo que nunca mais reprovaria em nada na minha vida de estudante. Após fazer novamente o primeiro ano do Ensino Médio, fui vender livros da Casa Publicadora Brasileira nas férias, em Campo Grande, MS. De lá fui para Maringá, PR, onde me matriculei no segundo ano do Ensino Médio no Instituto Adventista Paranaense (IAP). Estudei lá dois meses e após uma visita da minha avó materna, a Dona Didi como era carinhosamente chamada, decidi que era cedo para sair de casa e que voltaria para casa em Lages, SC. Procurei vaga em várias escolas públicas para continuar meus estudos no segundo ano do Ensino Médio, e minha única opção foi o Colégio Estadual Aristiliano Ramos, o qual ficava bem no centro da cidade de Lages, SC, no calcadão. Eu queria fazer o curso de Técnico em Enfermagem, pois naquela época, década de 1980, o Ensino Médio era profissionalizante, sendo o primeiro ano Propedêutico e os segundo e o terceiro profissionalizante. Consigui matricula no curso de Auxiliar de Farmácia, e foi o que eu fiz no Ensino Médio. Algo que me marcou bastante nesse curso foram os estágios que fiz no posto de saúde do centro, na farmácia do INANPS (INSS) que ficava dentro do Hospital e Maternidade Teresa Ramos e no laboratório municipal. Após concluir meus estudos no Ensino Médio, fui vender livros nas férias em Florianópolis, SC. E no mês de Janeiro viajei para a cidade de São Paulo, SP, para fazer dois vestibulares no Instituto Adventista de Ensino (IAE). Passei nos dois vestibulares, para Teologia e para Pedagogia. Como eu não tinha dinheiro para estudar os dois cursos, pois era uma instituição privada e confessional, optei por estudar Bacharelado em Teologia. Iniciei meus estudos lá em 1986. Fui aluno regular interno, morei e estudei lá durante 4 anos. O IAE era um internato misto que tinha todos os níveis da educação, desde as séries iniciais, ensino fundamental e médio, e mais três opções de faculdades: Teologia pelo SALT com Bacharelado de 4 anos; Pedagogia pela FAED com licenciatura de 4 anos e Faculdade de Enfermagem com duração de 4 anos. Era praticamente um centro Universitário onde havia estudantes de vários lugares do Brasil e do mundo. Haviam os alunos internos e os alunos externos. Eu era um aluno interno, porém havia liberdade de ir e vir, ou seja, eu podía sair quando quisesse, mas devia respeitar os horários do dormitório masculino. Como aluno interno eu estudava pela manhã na Faculdade de Teologia e à tarde fazia as leituras e trabalhos acadêmicos na biblioteca, que não eram poucos. Como aluno interno eu tinha direito a três refeições, café da manhã, almoço e janta. Contudo não poderia perder o horário do refeitório se não ficava sem comer. Eu pagava cada semestre no IAE com o dinheiro que eu ganhava nas férias vendendo livros. Essa minha primeira formação superior foi a mais marcante para mim, ppois tive excelentes professores que eram doutores e pós doutores e também poliglotas. Um dos meus melhores professores de Arquelogia falava 14 idiomas. Nessa minha formação tive aulas de línguas além do português, ou seja, inglês dois anos, hebraico um ano e grego três anos. O fato de eu pagar meus estudos longe de casa, com meu trabalho de venda de livros nas férias, a cada semestre, e ter que assumir minhas responsabilidades sozinho me amadureceu bastante como pessoa e como homem. Um fato que me marcou bastante em minha formação acadêmica e como professor nessa época, foi o de eu ter lecionado por um ano na Rede Estadual de São Paulo, em uma escola da periferia de Itapecerica da Serra no período noturno. Lecionei a disciplina de inglês para a EJA e para alunos do Ensino Fundamental. Após minha formatura em Bacharel em Teologia tem Novembro de 1989, iniciei meu trabalho como capelão escolar em Florianópolis, SC, no 1990, em duas escolas adventistas, uma de Ensino Fundamental no centro da cidade e outra de Ensino Médio no bairro Estreito, onde dei aulas de Bíblia além de exercer a capelania. Em 1992 fui transferido para Joinville, SC, onde lecionei na escola adventista Dom Pedro II. Em, 1993 retornei para Florianópolis, SC, e continuei lecionando na escola adventista do Estreito até 1997. Nesse periodo iniciei a faculdade de Pedagogia na UNIVALI em Tijucas, SC, no período noturno. Eu ia de Van todas as noites de Florianópolis para Tijucas para estudar. Nesse perído também inciei um Mestrado em Teologia na UAP, Argentina, Entre Rios, Del Plata. Esse mestrado eu fazia nas férias de verão, imersão total nos meses de Janeiro e Fevereiro. Não consegui concluir esse mestrado, fiz todos os créditos, mas faltou a tese, pois tive dificuldades financeiras. Em 1998 fui transferido para Joinville novamente, e acabei pedindo minha demisão como professor e capelão das escolas adventistas. Transferi minha faculdade de pedagogia da UNIVALI de Tijucas, SC, para a ACE/FGG em Joinville, SC, mais conhecida como Guimbala. Acabei me formando na ACE/FGG em pedagogia no ano 2000. Em 2003 iniciei minha atividades como professor de ensino superior para o curso de pedagogia da ACE/FGG até o ano de 2013, e lecionei várias disciplinas no período noturno, dentre as quais a que ais gostei foi Filosofia da Educação. Concomitante a isso eu trabalhei e ainda trabalho na CRE de Joinville, SC, no período da tarde, como funcionário público estadual concursado desde 2002. Adisso lecionei Ensino Religioso pela manhã nas escolas Municipais de Joinville, SC, como professor concursado. Atualmente não leiono mais, todavia ainda sou funcionário municipal atuando na EJA do município de Joinville, SC. Nesse período estudei na FURB, em Blumenau, SC, e em 2005 me formei em Ciências da Religião (Licenciatura). Nesse período até o ano de 2015 fiz cinco pós graduações. Diante do exposto posso dizer com orgulho que a educação sempre esteve presente em minha vida, seja dentro de um processo de educação não formal ou formal desde minha primeira aula dada em 1989 até hoje. A seguir apresento um resumo da minha formação e atuação profissional. Formação: Bacharel em Teologia com Ênfase em Grego e Hebraico (SALT/IAE - UNASP). Licenciado em Pedagogia com Habilitação em Séries Iniciais e Administração Escolar (ACE/FGG). Licenciado em Ciências da Religião com Habilitação em Ensino Religioso (FURB). Pós-Graduado em Interdisciplinaridade e Metodologia do Ensino Superior (IBPEX/UNIVILLE). Pós-Graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional (FACINTER/UNIVILLE). Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica (UFSC). Pós-Graduado em Mídias na Educação (FURG). Pós-Graduado em Gestão Pública (IFSC). Atuação Profissional: Técnico Pedagógico na Gerência de Educação de Joinville - GERED - Multiplicador dos Cursos do PROINFO INTEGRADO e do SALTO PARA O FUTURO do MEC no NTE. Professor de Ensino Religioso na Rede Municipal de Ensino - SMEC. Professor da disciplina de Mediação de Conflitos na Escola: Indisciplina, Bullying, Ato Infracional e o ECA no IPGEX (Instituto de Pós Graduação e Extenção). Professor Capacitador Para Profissionais da Educação das Redes Públicas Municipal e Estadual de Ensino por Meio do Projeto: VIOLÊNCIAS NA ESCOLA: INDISCIPLINA, BULLYING, ATO INFRACIONAL, MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E O ECA. Membro Conselheiro do COMEN e da CMAIDS (Conselho Municipal de Entorpecentes e Comissão Municipal de Prevenção e Controle de DST/AIDS). Membro da aliança:"Por Um Mundo Sem Tabaco" do INCA (Instituto Nacional do Câncer). Autor do Livro: "O Que Você Precisa Saber e Fazer Para Deixar de Fumar" - Editora DPL. Educador, Escritor e Palestrante. Contato: jorgeschemes@yahoo.com.br

2. Por que são consideradas relevantes?

Todas, absolutamente todas as minhas experiências com a educação foram e são relevantes. Mesmo aquelas experiências com a educação não formal, desde o início da minha construção humana com minha família de origem até o dia de hoje em meu trabalho com educação, cada dia, cada nova experiência me acrescenta mais e mais como ser humano e como profissional da educação. São consideradas relevantes porque sem elas eu não seria o que sou como pessoa e como educador. Tanto as experiências positivas, como o exemplo de bons professores e professoras que tive, quanto aquelas consideradas negativas, como o mau exemplo de professores e professaras que tive, tudo, absolutamente tudo, contribuiu para a minha formação como profissional da educação até hoje.

3. O que acrescentaram à sua formação?

Como afirmei, todas as minhas experiências não formais e formais com a educação como um processo de construção do humano no ser foram absolutamente fundamentais e importantes para eu ser o que sou hoje. Mesmo aquelas que me marcaram de forma negativa como estudante, como por exemplo, quando fui humilhado por uma professora de ciências durante sua aula, simplesmente porque fiz uma brincadeira sobre as plantas angiospermas. E eu adorava ciências. Aquela professora mandou eu levantar diante dos colegas e começou a falar de forma negativa e pejorativa da minha aparência e de como eu estava vestido apesar de eu estar de uniforme escolar, calça azul-marinho e camisa branca com bolso bordado com as iniciais da escola, BR, de Belisário Ramos. Eu era um pré adolescente complexado e com baixa autoestima que estava na oitava série em uma escola pública estadual no ano de 1981 no contexto político do regime militar. Minha família era pobre, e meu único sapato marrom e manchado, mas limpo e lustrado, destonava do uniforme. Me senti tão humilhado diante dos risos da turma toda que minha vontade era abrir um buraco onde eu estava e me enfiar dentro. Nem por isso deixei de estudar e gostar de ciências. Sempre fui resiliente até hoje. Bem mais tarde quando iniciei minhas atividades como docente decidi firmemente não humilhar meus alunos, mas tratá-los com respeito e educação sempre. No Ensino Médio, apesar de ter reprovado no primeiro ano, e principalmente após essa experiência negativa, eu sempre procurei ser um excelente aluno. Mesmo estudando em escolas públicas me preparei para dois vestibulares em São Paulo, SP, e passei nos dois. Minha primeira formação foi mais motivada por questões religiosas e de convicção de fé, assim, me formei em 1989 em Bacharel em teologia Línguas Bíblicas pelo SALT/IAE/São Paulo, SP. Essa foi a experiência mais marcante no meu processo educativo, por várias razões, ou seja: 1. Estudei por quatro anos em um seminário maior como aluno interno e aprendi muito com meus professores que eram doutores e pós doutores em teologia e educação. 2. Aprendi a estudar de verdade, uma vez que a faculdade de teologia exigia horas de leituras, relatórios de leituras, monografias, e a metodologia era tradicional conteudista, ou seja, não tinha trabalhinhos para recuperar notas e as provas eram verdadeiros exames para testar o conhecimento. Tinha matérias que eu lia livros inteiros para fazer uma prova sem consulta e dentro de um determinado tempo, estudava mais de 25 horas para fazer uma prova. Minhas médias em forma de conceitos estavam entre os cinco melhores alunos da minha turma, que tinha em torno de sessenta estudantes. Meu diploma veio com graduação com grandes honras, Magna Cum Laude. Essa formação me acrescentou dignidade intelectual, e contribuiu para que eu buscasse mais conhecimento ainda. E foi justamente isso que fiz ao me formar em pedagogia em 2000. Minha formação em pedagogia acrescentou a dimensão didático pedagógica para minha prática docente. Meus estudos em pedagogia não foram tão intensos quanto em teologia devido ao grau de exigências acadêmicas. Todavia, procurei ser um excelente aluno, a ponto de mais tarde eu ser contratado pela mesma faculdade que me formei para lecionar mais de cinco disciplinas para o curso de pedagogia da ACE/FGG em Joinville, SC. Lembro que durante a entrevista a coordenadora do curso, a professora Cheila, a qual havia sido minha professora de didática na mesma faculdade, me disse: Jorge, temos currículos melhores que o seu aqui, mas vamos contratar você por duas razões, primeira porque você foi nosso aluno, segunda porque você foi um ótimo aluno. Moral da história, sempre faça o seu melhor por onde passar, porque você poderá voltar lá um dia. Sempre, concomitantemente aos meus estudos eu lecionei, seja para as séries iniciais, nas quais tive apenas três meses de experiência, seja para o Ensino fundamental, médio, superior ou pós-graduação. Enquanto lecionava estudava, essa era a regra. Foi assim durante a minha terceira formação em Ciências da Religião, quando me formei em 2005 eu já lecionava Ensino Religioso em escolas públicas municipais. Mas também lecionava para o Ensino Médio, Ensino Superior e cursos de pós-graduação. A faculdade de Ciências da Religião me acrescentou uma dimensão mais humana e ética ao meu trabalho como educador. Minha fundamentação ética passou a ser mais intencional, pois passou ser baseada em Emmanuel Lévinas e sua filosofia primeira, a Ética da Alteridade, até hoje. Concomitantemente as minhas três faculdades procurei estudar algumas pós graduações, sendo que todas elas acrescentaram mais e mais conhecimento cognitivo, técnico, didático e pedagógico à minha prática em sala de aula. A primeira pós-graduação que fiz em Interdisciplinaridade na Educação me ajudou inclusive a passar no concurso público da Rede Estadual de Educação para atuar como Técnico Pedagógico na CRE desde 2002, onde trabalho até hoje. Na redação do concurso o tema proposto foi justamente sobre o que eu havia acabado de estudar nessa pós. Depois fiz uma pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional, a qual me abriu o entendimento para entender melhor meus alunos em suas dificuldades de aprendizagem, o que acrescentou muito em minha metodologia e didática em sala de aula. Essas duas pós-graduações foram presenciais e demoraram mais de dois anos para serem concluídas. Depois fiz mais três pós-graduações a distância, uma em coordenação pedagógica pela UFSC, outra em Mídias na Educação pela FURG e uma pós-graduação em Gestão Pública pelo IFSC. Essas três pós graduações acrescentaram muito conhecimento à minha prática profissional na educação, tanto como professor como Técnico na CRE. A principal contribuição foi em relação aos meios digitais e recursos tecnológicos aplicados à educação, ou seja, aprendi a manejar bem as plataformas de ensino a distância.

4. Como você entende atualmente a Educação?

Entendo a educação como um processo formal e não formal contínuo, ou seja, nunca paramos de nos educar. Todavia, como processo formal existe uma intencionalidade pedagógica que dependendo da fundamentação teórica que a norteia, vai formar um sujeito/indivíduo para ser cidadão dentro de um determinado contexto histórico, cultural e econômico. A educação deve visar o desenvolvimento do ser como um todo, ou seja, biopsicosocial e espiritual.

5. Como você concebe o processo de aprendizagem?

Entendo o processo como uma abordagem pedagógica fundamentada em teorias e com intencionalidade didática e metodológica. O professor já não é o mero transmissor de conteúdos, mas um mediador do processo de aprendizagem, e cabe a ele motivar seus alunos para sair do senso comum para um conhecimento cientificamente elaborado. Para tanto, a proposta de aprendizagem deve fazer sentido para o aluno e estar relacionada com sua vida, para que tenha significado e se torne uma ferramenta de transformação pessoal, profissional, social e econômica.

6. Qual a função você acredita que devem desempenhar as TIC no campo educacional?

As TICs aplicadas à educação devem ser utilizadas como ferramentas pedagógicas e didáticas para a construção do conhecimento científico. Elas não são um fim em si mesmas, mas um meio poderoso de acessar a informação, transformá-la em conhecimento científico e aplicar esse conhecimento para desenvolver a qualidade de vida do sujeito e da sociedade como um todo.

7. Quais as funções que você acredita que devem desempenhar os professores e os alunos no processo de aprendizagem?

Os professores devem desempenhar as funções de motivadores, organizadores e mediadores do processo de ensino e aprendizagem, cabe a eles fazer as propostas e orientar os alunos por meio da metodologia, didática e técnicas de ensinagem. Aos alunos cabe interagir com o professor e participar do processo de aprendizagem como agentes ativos e não passivos, ou como meros receptores de informações. Os alunos devem ser protagonistas na construção do conhecimento científico com a mediação do professor.

8. Neste momento inicial, que carências são possíveis identificar na sua formação e/ou na atuação como professor no campo da educação?

Nesse momento careço de mais formação no sentido vertical para obter não apenas mais conhecimento, mas também o título necessário para atender os requisitos para poder atuar como professor de ensino Superior com mais excelência.

9. O que é possível observar a partir das suas experiências formativas e/ou profissionais prévias na área da educação?

É possível observar, dentre tantas coisas, principalmente o fato de que a área da educação exige de quem está comprometido com ela, um constante aperfeiçoamento e um processo permanente de formação continuada.

10. Quais os desafios que se apresentam para você?

Em relação à educação os desafios são de busca constante de novos conhecimentos e necessidade permanente de formação profissional.

11. O que espero deste curso?

Espero que esse curso proporcione novos desafios de aprendizagem e me traga além do conhecimento a possibilidade de convalidar o mestrado aqui no Brasil.

12. Que metas e objetivos foram estabelecidos para as diferentes etapas que compõem o programa?

Minha única meta é dedicar um tempo específico a cada dia para acessar a plataforma do curso e me organizar nas atividades propostas, bem como realizá-las da melhor forma possível e dentro dos prazos estabelecidos.

13. Quais são os seus objetivos profissionais?

Aperfeiçoamento constante e formação continuada para atuar com excelência na educação.


Por:

Jorge N. N. Schemes