FP105
– Portfólio I
Ponto
de partida
INDICAçõES
GERAiS:
O aluno deve elaborar este documento antes de
iniciar as tutorias das disciplinas, e nele deve evidenciar e
refletir sobre sua realidade atual em relação ao âmbito da
Educação. O aluno não deve ter medo de equivocar-se na exposição
de seus conhecimentos, tentando ser o mais sincero possível para que
mais tarde possa realizar uma retrospectiva, retomando o ponto de
partida, e avaliando/valorando por conta própria seu processo
formativo. Deve refletir, especificamente, sobre os seguintes
aspectos:
Experiências
formativas e profissionais relacionadas à Educação
A reflexão do aluno deve abranger as experiências
formativas e profissionais anteriores ao início do mestrado,
relacionadas ao âmbito da Educação e consideradas realmente
significativas, justificando.
Deve levantar as seguintes questões:
Quais experiências formativas e/ou
profissionais foram especialmente relevantes?
Por que são consideradas relevantes?
O que acrescentaram à formação?
MUITO IMPORTANTE: Não
se trata de enumerar simplesmente e compilar em uma lista todas as
experiências formativas e/ou profissionais como em um currículo; o
aluno deve fazer referência às experiências que considera
especialmente significativas, elaborando um discurso estruturado e
reflexivo, como se explica anteriormente.
Representações
e crenças iniciais sobre a educação
O aluno deve refletir sobre as crenças e
representações que possui em relação à Educação antes de
iniciar o curso. Deve levantar aspectos como:
Como entendo atualmente a Educação?
Como concebo o processo de aprendizagem?
Qual a função acredita que devem desempenhar
as TIC no campo educacional?
Quais as funções que acredita que devem
desempenhar os professores e os alunos no processo de aprendizagem?
Necessidades
de formação
Como o enunciado indica, o aluno deve recapitular
suas necessidades de formação ao início do mestrado. Deve levantar
as seguintes questões:
Neste momento inicial, que carências são
possíveis identificar na formação e/ou na atuação como professor
no campo da educação?
O que é possível observar a partir das
experiências formativas e/ou profissionais prévias na área da
educação?
Quais os desafios que se apresentam?
Expectativas
de formação
Como o enunciado propõe, o aluno deve recapitular
suas expectativas de formação em relação ao mestrado que será
iniciado. Deve levantar as seguintes questões:
O que espero deste curso?
Que metas e objetivos foram estabelecidos para
as diferentes etapas que compõem o programa?
Quais são os objetivos profissionais?
MUITO IMPORTANTE:
As perguntas não devem aparecer no seu texto, elas são apenas para
nortear a reflexão de vocês em cada um dos itens. Vocês podem
realizar no formato de texto ou estruturar reflexão de vocês nos
quatro tópicos principais.
Esta entrega é uma atividade de autorreflexiva,
na qual a entrega não terá revisão e nem qualificação.
Este
documento deve atender os seguintes requisitos formais:
O trabalho deve ser realizado neste
documento Word e deve-se seguir o
procedimento oficial de entrega. Em
nenhum caso deve ser enviado através
do correio ao professor.
Lembrando que os trabalhos que não atendam
as condições de identificação não
serão corrigidos.
Nome
completo: Jorge Nazareno Neto Schemes
Usuário:
jorge schemes
Nome
completo do(a) professor(a): Kathilça Souza
data:
30/06/2022
PONTO DE PARTIDA DO PORTFÓLIO
1.
Quais
experiências formativas e/ou profissionais foram especialmente
relevantes para você até este momento?
Desde
criança sempre gostei de estudar e de ir à escola. Cresci numa
família humilde, fui criado e educado pela minha avó materna, a
quem eu chamava carinhosamente de mãe. Ela sempre me dizia quando eu
saia de casa para ir à escola: Meu filho, estude, porque pobre só
vai para frente se estudar. Eu levei isso muito à sério desde que
entrei na escola regular aos seis anos de idade., apesar de ter
repetido de ano duas vezes, uma na primeira série primária e outra
no primeiro ano do Ensino Médio. Estudei em escolas públicas
municipais e estaduais até terminar o Ensino Médio. Vendi livros
nas férias escolares desde os 16 anos de idade até os 22 anos de
idade para pagar meus estudos em minha primeira formação. Lembro
com saudades das minhas primeiras escolas em meu processo de educação
formal, embora eu sempre tenha tido acesso a livros dentro de casa e
na igreja na qual frequentava com minha avó materna quando eu era
criança. Em casa eu via a minha avó lendo, e na Igreja Adventista
do Sétimo Dia eu participava da escolinha sabatina para crianças
aos sábados pela manhã,e lá sempre havia historinhas com
ilustrações e alguns livros infantis. Todavia, quando iniciei meus
estudos formais eu tinha a idade de seis anos, e foi na Escola
municipal Ondina Neves Blayer em Lages, SC. Eu ia a pé para a escola
de manhã, mesmo no inverno rigoroso daquela cidade, eu gostava de ir
para a escola. Lembro do meu processo de alfabetização silábica
por meio da Cartilha O Barquinho Amarelo. Na segunda série fui morar
em Hortolândia, SP com minha mãe Miriam e meu padastro Carlos. Lá
Estudei no Instituo Adventista de São Paulo (IASP), que tinha
muitos livros e uma metodologia bem diferente das escolas públicas.
Não deu muito certo por causa da saudade que sentia da minha avó
materna Osvaldina que havia me criado até então. Não demorou muito
e ella foi me buscar para morar em Lages, SC. Nesse processo eu perdi
um ano de estudos, pois não havia mais vagas para a segunda série
na Escola Municipal Ondina Neves Blayer, e então me matricularam na
primeira série novamente. O bom disso foi o fato de que reforcei
bastante o meu processo inicial de alfabetização, e a professora me
colocou como seu ajudante para ensinar os colegas que ainda não
sabiam escrever. Lá estudei até a quarta série primária, e quando
fui para a quinta série na Escola Estadual Belisário Ramos eu
estava ansioso, pois eu havia ouvido dizer que teríamos vários
professores, um para cada disciplina, o que era algo totalmente novo
para mim. Estudei nessa escola até terminar a oitava série. Iniciei
o Ensino Médio no maior colégio Estadual da cidade e do Estado de
Santa Catarina na época, o Colégio Vidal Ramos Júnior, em Lages,
SC, era enorme. Lá estudei meu primeiro ano e repeti de ano, por
causa de duas disciplinas: Inglês e Matemática. A culpa foi minha,
não estudei e levei na brincadeira. Nunca esqueço de quando fui
buscar minha caderneta escolar e havia um carimbo vermelho escrito
REPROVADO. Naquele dia prometi para mim mesmo que nunca mais
reprovaria em nada na minha vida de estudante. Após fazer novamente
o primeiro ano do Ensino Médio, fui vender livros da Casa
Publicadora Brasileira nas férias, em Campo Grande, MS. De lá fui
para Maringá, PR, onde me matriculei no segundo ano do Ensino Médio
no Instituto Adventista Paranaense (IAP). Estudei lá dois meses e
após uma visita da minha avó materna, a Dona Didi como era
carinhosamente chamada, decidi que era cedo para sair de casa e que
voltaria para casa em Lages, SC. Procurei vaga em várias escolas
públicas para continuar meus estudos no segundo ano do Ensino Médio,
e minha única opção foi o Colégio Estadual Aristiliano Ramos, o
qual ficava bem no centro da cidade de Lages, SC, no calcadão. Eu
queria fazer o curso de Técnico em Enfermagem, pois naquela época,
década de 1980, o Ensino Médio era profissionalizante, sendo o
primeiro ano Propedêutico e os segundo e o terceiro
profissionalizante. Consigui matricula no curso de Auxiliar de
Farmácia, e foi o que eu fiz no Ensino Médio. Algo que me marcou
bastante nesse curso foram os estágios que fiz no posto de saúde do
centro, na farmácia do INANPS (INSS) que ficava dentro do Hospital e
Maternidade Teresa Ramos e no laboratório municipal. Após concluir
meus estudos no Ensino Médio, fui vender livros nas férias em
Florianópolis, SC. E no mês de Janeiro viajei para a cidade de São
Paulo, SP, para fazer dois vestibulares no Instituto Adventista de
Ensino (IAE). Passei nos dois vestibulares, para Teologia e para
Pedagogia. Como eu não tinha dinheiro para estudar os dois cursos,
pois era uma instituição privada e confessional, optei por estudar
Bacharelado em Teologia. Iniciei meus estudos lá em 1986. Fui aluno
regular interno, morei e estudei lá durante 4 anos. O IAE era um
internato misto que tinha todos os níveis da educação, desde as
séries iniciais, ensino fundamental e médio, e mais três opções
de faculdades: Teologia pelo SALT com Bacharelado de 4 anos;
Pedagogia pela FAED com licenciatura de 4 anos e Faculdade de
Enfermagem com duração de 4 anos. Era praticamente um centro
Universitário onde havia estudantes de vários lugares do Brasil e
do mundo. Haviam os alunos internos e os alunos externos. Eu era um
aluno interno, porém havia liberdade de ir e vir, ou seja, eu podía
sair quando quisesse, mas devia respeitar os horários do dormitório
masculino. Como aluno interno eu estudava pela manhã na Faculdade de
Teologia e à tarde fazia as leituras e trabalhos acadêmicos na
biblioteca, que não eram poucos. Como aluno interno eu tinha direito
a três refeições, café da manhã, almoço e janta. Contudo não
poderia perder o horário do refeitório se não ficava sem comer. Eu
pagava cada semestre no IAE com o dinheiro que eu ganhava nas férias
vendendo livros. Essa minha primeira formação superior foi a mais
marcante para mim, ppois tive excelentes professores que eram
doutores e pós doutores e também poliglotas. Um dos meus melhores
professores de Arquelogia falava 14 idiomas. Nessa minha formação
tive aulas de línguas além do português, ou seja, inglês dois
anos, hebraico um ano e grego três anos. O fato de eu pagar meus
estudos longe de casa, com meu trabalho de venda de livros nas
férias, a cada semestre, e ter que assumir minhas responsabilidades
sozinho me amadureceu bastante como pessoa e como homem. Um fato que
me marcou bastante em minha formação acadêmica e como professor
nessa época, foi o de eu ter lecionado por um ano na Rede Estadual
de São Paulo, em uma escola da periferia de Itapecerica da Serra no
período noturno. Lecionei a disciplina de inglês para a EJA e para
alunos do Ensino Fundamental. Após minha formatura em Bacharel em
Teologia tem Novembro de 1989, iniciei meu trabalho como capelão
escolar em Florianópolis, SC, no 1990, em duas escolas adventistas,
uma de Ensino Fundamental no centro da cidade e outra de Ensino Médio
no bairro Estreito, onde dei aulas de Bíblia além de exercer a
capelania. Em 1992 fui transferido para Joinville, SC, onde lecionei
na escola adventista Dom Pedro II. Em, 1993 retornei para
Florianópolis, SC, e continuei lecionando na escola adventista do
Estreito até 1997. Nesse periodo iniciei a faculdade de Pedagogia na
UNIVALI em Tijucas, SC, no período noturno. Eu ia de Van todas as
noites de Florianópolis para Tijucas para estudar. Nesse perído
também inciei um Mestrado em Teologia na UAP, Argentina, Entre Rios,
Del Plata. Esse mestrado eu fazia nas férias de verão, imersão
total nos meses de Janeiro e Fevereiro. Não consegui concluir esse
mestrado, fiz todos os créditos, mas faltou a tese, pois tive
dificuldades financeiras. Em 1998 fui transferido para Joinville
novamente, e acabei pedindo minha demisão como professor e capelão
das escolas adventistas. Transferi minha faculdade de pedagogia da
UNIVALI de Tijucas, SC, para a ACE/FGG em Joinville, SC, mais
conhecida como Guimbala. Acabei me formando na ACE/FGG em pedagogia
no ano 2000. Em 2003 iniciei minha atividades como professor de
ensino superior para o curso de pedagogia da ACE/FGG até o ano de
2013, e lecionei várias disciplinas no período noturno, dentre as
quais a que ais gostei foi Filosofia da Educação. Concomitante a
isso eu trabalhei e ainda trabalho na CRE de Joinville, SC, no
período da tarde, como funcionário público estadual concursado
desde 2002. Adisso lecionei Ensino Religioso pela manhã nas escolas
Municipais de Joinville, SC, como professor concursado. Atualmente
não leiono mais, todavia ainda sou funcionário municipal atuando na
EJA do município de Joinville, SC. Nesse período estudei na FURB,
em Blumenau, SC, e em 2005 me formei em Ciências da Religião
(Licenciatura). Nesse período até o ano de 2015 fiz cinco pós
graduações. Diante do exposto posso dizer com orgulho que a
educação sempre esteve presente em minha vida, seja dentro de um
processo de educação não formal ou formal desde minha primeira
aula dada em 1989 até hoje. A seguir apresento um resumo da minha
formação e atuação profissional. Formação: Bacharel em Teologia
com Ênfase em Grego e Hebraico (SALT/IAE - UNASP). Licenciado em
Pedagogia com Habilitação em Séries Iniciais e Administração
Escolar (ACE/FGG). Licenciado em Ciências da Religião com
Habilitação em Ensino Religioso (FURB). Pós-Graduado em
Interdisciplinaridade e Metodologia do Ensino Superior
(IBPEX/UNIVILLE). Pós-Graduado em Psicopedagogia Clínica e
Institucional (FACINTER/UNIVILLE). Pós-Graduado em Coordenação
Pedagógica (UFSC). Pós-Graduado em Mídias na Educação (FURG).
Pós-Graduado em Gestão Pública (IFSC). Atuação Profissional:
Técnico Pedagógico na Gerência de Educação de Joinville - GERED
- Multiplicador dos Cursos do PROINFO INTEGRADO e do SALTO PARA O
FUTURO do MEC no NTE. Professor de Ensino Religioso na Rede Municipal
de Ensino - SMEC. Professor da disciplina de Mediação de Conflitos
na Escola: Indisciplina, Bullying, Ato Infracional e o ECA no IPGEX
(Instituto de Pós Graduação e Extenção). Professor Capacitador
Para Profissionais da Educação das Redes Públicas Municipal e
Estadual de Ensino por Meio do Projeto: VIOLÊNCIAS NA ESCOLA:
INDISCIPLINA, BULLYING, ATO INFRACIONAL, MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E O
ECA. Membro Conselheiro do COMEN e da CMAIDS (Conselho Municipal de
Entorpecentes e Comissão Municipal de Prevenção e Controle de
DST/AIDS). Membro da aliança:"Por Um Mundo Sem Tabaco" do
INCA (Instituto Nacional do Câncer). Autor do Livro: "O Que
Você Precisa Saber e Fazer Para Deixar de Fumar" - Editora DPL.
Educador, Escritor e Palestrante. Contato: jorgeschemes@yahoo.com.br
2.
Por que são consideradas relevantes?
Todas,
absolutamente todas as minhas experiências com a educação foram e
são relevantes. Mesmo aquelas experiências com a educação não
formal, desde o início da minha construção humana com minha
família de origem até o dia de hoje em meu trabalho com educação,
cada dia, cada nova experiência me acrescenta mais e mais como ser
humano e como profissional da educação. São consideradas
relevantes porque sem elas eu não seria o que sou como pessoa e como
educador. Tanto as experiências positivas, como o exemplo de bons
professores e professoras que tive, quanto aquelas consideradas
negativas, como o mau exemplo de professores e professaras que tive,
tudo, absolutamente tudo, contribuiu para a minha formação como
profissional da educação até hoje.
3.
O que acrescentaram à sua formação?
Como
afirmei, todas as minhas experiências não formais e formais com a
educação como um processo de construção do humano no ser foram
absolutamente fundamentais e importantes para eu ser o que sou hoje.
Mesmo aquelas que me marcaram de forma negativa como estudante, como
por exemplo, quando fui humilhado por uma professora de ciências
durante sua aula, simplesmente porque fiz uma brincadeira sobre as
plantas angiospermas. E eu adorava ciências. Aquela professora
mandou eu levantar diante dos colegas e começou a falar de forma
negativa e pejorativa da minha aparência e de como eu estava vestido
apesar de eu estar de uniforme escolar, calça azul-marinho e camisa
branca com bolso bordado com as iniciais da escola, BR, de Belisário
Ramos. Eu era um pré adolescente complexado e com baixa autoestima
que estava na oitava série em uma escola pública estadual no ano de
1981 no contexto político do regime militar. Minha família era
pobre, e meu único sapato marrom e manchado, mas limpo e lustrado,
destonava do uniforme. Me senti tão humilhado diante dos risos da
turma toda que minha vontade era abrir um buraco onde eu estava e me
enfiar dentro. Nem por isso deixei de estudar e gostar de ciências.
Sempre fui resiliente até hoje. Bem mais tarde quando iniciei minhas
atividades como docente decidi firmemente não humilhar meus alunos,
mas tratá-los com respeito e educação sempre. No Ensino Médio,
apesar de ter reprovado no primeiro ano, e principalmente após essa
experiência negativa, eu sempre procurei ser um excelente aluno.
Mesmo estudando em escolas públicas me preparei para dois
vestibulares em São Paulo, SP, e passei nos dois. Minha primeira
formação foi mais motivada por questões religiosas e de convicção
de fé, assim, me formei em 1989 em Bacharel em teologia Línguas
Bíblicas pelo SALT/IAE/São Paulo, SP. Essa foi a experiência mais
marcante no meu processo educativo, por várias razões, ou seja: 1.
Estudei por quatro anos em um seminário maior como aluno interno e
aprendi muito com meus professores que eram doutores e pós doutores
em teologia e educação. 2. Aprendi a estudar de verdade, uma vez
que a faculdade de teologia exigia horas de leituras, relatórios de
leituras, monografias, e a metodologia era tradicional conteudista,
ou seja, não tinha trabalhinhos para recuperar notas e as provas
eram verdadeiros exames para testar o conhecimento. Tinha matérias
que eu lia livros inteiros para fazer uma prova sem consulta e dentro
de um determinado tempo, estudava mais de 25 horas para fazer uma
prova. Minhas médias em forma de conceitos estavam entre os cinco
melhores alunos da minha turma, que tinha em torno de sessenta
estudantes. Meu diploma veio com graduação com grandes honras,
Magna Cum Laude. Essa formação me acrescentou dignidade
intelectual, e contribuiu para que eu buscasse mais conhecimento
ainda. E foi justamente isso que fiz ao me formar em pedagogia em
2000. Minha formação em pedagogia acrescentou a dimensão didático
pedagógica para minha prática docente. Meus estudos em pedagogia
não foram tão intensos quanto em teologia devido ao grau de
exigências acadêmicas. Todavia, procurei ser um excelente aluno, a
ponto de mais tarde eu ser contratado pela mesma faculdade que me
formei para lecionar mais de cinco disciplinas para o curso de
pedagogia da ACE/FGG em Joinville, SC. Lembro que durante a
entrevista a coordenadora do curso, a professora Cheila, a qual havia
sido minha professora de didática na mesma faculdade, me disse:
Jorge, temos currículos melhores que o seu aqui, mas vamos contratar
você por duas razões, primeira porque você foi nosso aluno,
segunda porque você foi um ótimo aluno. Moral da história, sempre
faça o seu melhor por onde passar, porque você poderá voltar lá
um dia. Sempre, concomitantemente aos meus estudos eu lecionei, seja
para as séries iniciais, nas quais tive apenas três meses de
experiência, seja para o Ensino fundamental, médio, superior ou
pós-graduação. Enquanto lecionava estudava, essa era a regra. Foi
assim durante a minha terceira formação em Ciências da Religião,
quando me formei em 2005 eu já lecionava Ensino Religioso em escolas
públicas municipais. Mas também lecionava para o Ensino Médio,
Ensino Superior e cursos de pós-graduação. A faculdade de Ciências
da Religião me acrescentou uma dimensão mais humana e ética ao meu
trabalho como educador. Minha fundamentação ética passou a ser
mais intencional, pois passou ser baseada em Emmanuel Lévinas e sua
filosofia primeira, a Ética da Alteridade, até hoje.
Concomitantemente as minhas três faculdades procurei estudar algumas
pós graduações, sendo que todas elas acrescentaram mais e mais
conhecimento cognitivo, técnico, didático e pedagógico à minha
prática em sala de aula. A primeira pós-graduação que fiz em
Interdisciplinaridade na Educação me ajudou inclusive a passar no
concurso público da Rede Estadual de Educação para atuar como
Técnico Pedagógico na CRE desde 2002, onde trabalho até hoje. Na
redação do concurso o tema proposto foi justamente sobre o que eu
havia acabado de estudar nessa pós. Depois fiz uma pós-graduação
em Psicopedagogia Clínica e Institucional, a qual me abriu o
entendimento para entender melhor meus alunos em suas dificuldades de
aprendizagem, o que acrescentou muito em minha metodologia e didática
em sala de aula. Essas duas pós-graduações foram presenciais e
demoraram mais de dois anos para serem concluídas. Depois fiz mais
três pós-graduações a distância, uma em coordenação pedagógica
pela UFSC, outra em Mídias na Educação pela FURG e uma
pós-graduação em Gestão Pública pelo IFSC. Essas três pós
graduações acrescentaram muito conhecimento à minha prática
profissional na educação, tanto como professor como Técnico na
CRE. A principal contribuição foi em relação aos meios digitais e
recursos tecnológicos aplicados à educação, ou seja, aprendi a
manejar bem as plataformas de ensino a distância.
4.
Como você entende atualmente a Educação?
Entendo
a educação como um processo formal e não formal contínuo, ou
seja, nunca paramos de nos educar. Todavia, como processo formal
existe uma intencionalidade pedagógica que dependendo da
fundamentação teórica que a norteia, vai formar um
sujeito/indivíduo para ser cidadão dentro de um determinado
contexto histórico, cultural e econômico. A educação deve visar o
desenvolvimento do ser como um todo, ou seja, biopsicosocial e
espiritual.
5.
Como você concebe o processo de aprendizagem?
Entendo
o processo como uma abordagem pedagógica fundamentada em teorias e
com intencionalidade didática e metodológica. O professor já não
é o mero transmissor de conteúdos, mas um mediador do processo de
aprendizagem, e cabe a ele motivar seus alunos para sair do senso
comum para um conhecimento cientificamente elaborado. Para tanto, a
proposta de aprendizagem deve fazer sentido para o aluno e estar
relacionada com sua vida, para que tenha significado e se torne uma
ferramenta de transformação pessoal, profissional, social e
econômica.
6.
Qual a função você acredita que devem desempenhar as TIC no campo
educacional?
As
TICs aplicadas à educação devem ser utilizadas como ferramentas
pedagógicas e didáticas para a construção do conhecimento
científico. Elas não são um fim em si mesmas, mas um meio poderoso
de acessar a informação, transformá-la em conhecimento científico
e aplicar esse conhecimento para desenvolver a qualidade de vida do
sujeito e da sociedade como um todo.
7.
Quais as funções que você acredita que devem desempenhar os
professores e os alunos no processo de aprendizagem?
Os
professores devem desempenhar as funções de motivadores,
organizadores e mediadores do processo de ensino e aprendizagem, cabe
a eles fazer as propostas e orientar os alunos por meio da
metodologia, didática e técnicas de ensinagem. Aos alunos cabe
interagir com o professor e participar do processo de aprendizagem
como agentes ativos e não passivos, ou como meros receptores de
informações. Os alunos devem ser protagonistas na construção do
conhecimento científico com a mediação do professor.
8.
Neste momento inicial, que carências são possíveis identificar na
sua formação e/ou na atuação como professor no campo da educação?
Nesse
momento careço de mais formação no sentido vertical para obter não
apenas mais conhecimento, mas também o título necessário para
atender os requisitos para poder atuar como professor de ensino
Superior com mais excelência.
9.
O que é possível observar a partir das suas experiências
formativas e/ou profissionais prévias na área da educação?
É
possível observar, dentre tantas coisas, principalmente o fato de
que a área da educação exige de quem está comprometido com ela,
um constante aperfeiçoamento e um processo permanente de formação
continuada.
10.
Quais os desafios que se apresentam para você?
Em
relação à educação os desafios são de busca constante de novos
conhecimentos e necessidade permanente de formação profissional.
11.
O que espero deste curso?
Espero
que esse curso proporcione novos desafios de aprendizagem e me traga
além do conhecimento a possibilidade de convalidar o mestrado aqui
no Brasil.
12.
Que metas e objetivos foram estabelecidos para as diferentes etapas
que compõem o programa?
Minha
única meta é dedicar um tempo específico a cada dia para acessar a
plataforma do curso e me organizar nas atividades propostas, bem como
realizá-las da melhor forma possível e dentro dos prazos
estabelecidos.
13.
Quais são os seus objetivos profissionais?
Aperfeiçoamento
constante e formação continuada para atuar com excelência na
educação.
Por:
Jorge N. N. Schemes